sexta-feira, novembro 25, 2011

Relé de Mercúrio

Tenho usado um relé de mercúrio para dar início processo de liberação do paraquedas, tem funcionado muito bem, do ponto de vista da segurança. Mas como era previsto, o relé de mercúrio que não é um "fora da lei" (risos...), tem obedecido com rigor a 1ª Lei de Newton (ou Lei da Inércia), ou seja, quando o relé de mercúrio assim com todo o foguete deixa de estar sob a ação de uma força resultante agindo para cima, e passa a sofrer a ação de uma força resultante para baixo (resultado da ação conjunta das forças peso e de resistência do ar), a gota de mercúrio, por inércia, continua subindo a uma taxa de desaceleração menor que a do próprio foguete. Desta forma o contato elétrico entre os terminais do relé é "desfeito" e o processo é desencadeado, resultando numa liberação antecipada. Esse constatação pode ser verificada assistindo os vídeos onboard dos lançamentos 005 e 006, onde pode se notar que o paraquedas é liberado antes do foguete atingir a altura máxima da trajetória.

A primeira ideia para a solução deste "problema" foi de programar a um atraso de 1,5 segundos, ou seja retardar a liberação do paraquedas 1,5 segundos após o início do processo. Os 1,5 segundos é pura estimativa.

Mas hoje tive uma ideia que julgo ser mais interessante. Trata-se da construção de um relé de mercúrio mais adequado para o propósito. O relé a ser construído deverá ter um comprimento maior juntamente com terminais internos mais longos, isso deverá compensar o movimento inercial da gota de mercúrio impedindo dessa forma que o contato elétrico não seja desfeito. Com isso pretendo assegurar que  somente após o foguete se posicionar de "cabeça para baixo", ou seja, quando iniciar a descida, o processo de liberação seja dado início. Segue uma ilustração para ajudar o entendimento.


Para a construção pretendo usar terminais de resistores comuns, e um tubo de caneta tipo BIC, que possa ser modelado com calor, e é claro uma gota ou duas de mercúrio extraídas de relés originais.